A Leishmaniose é uma doença comum em climas quentes, endémica em Portugal e, sobretudo, hiper-endémica na zona de Lisboa e Vale do Tejo.


É uma doença parasitária do sangue, transmitida por um vector: um insecto semelhante a um mosquito, chamado “flebótomo”, que por sua vez transmite o parasita Leishmania infantum. Apenas as fêmeas do flebótomo picam, chupando o sangue dos animais infectados e transmitindo a doença entre cães, gatos (raramente), e até seres humanos, já que esta é uma doença zoonótica.


Este vector, o flebótomo, está activo de Março a Novembro, sobretudo em dias sem vento, quando a temperatura se encontra entre os 25 e os 34ºC, do por do sol até ao nascer do sol, com o seu pico de actividade ao final do dia. Por esta razão, insistimos na prevenção nos meses de Fevereiro e Outubro. Os flebótomos vivem em zonas quentes, húmidas e ricas em matéria orgânica, sendo a sua presença frequente em abrigos de animais, como canis ou galinheiros.


Sintomas


Existem dois tipos de sintomas na leishmaniose: a cutânea  e a visceral.


Sintomas Cutâneos


  • Crostas

  • Descamação

  • Alopécia (Perda de pêlo)

  • Lesões nas almofadas plantares

  • Unhas frágeis mas de crescimento rápido

  • Espessamento da pele da face, com aparecimento de uma “expressão trágica”


Sintomas Viscerais


  • Perda de Peso

  • Falta de Apetite

  • Diarreia Crónica

  • Insuficiência Hepática

  • Insuficència Renal

  • Febre

  • Inflamação das Articulações


Diagnóstico


O diagnóstico pode ser complexo, pois em todos os métodos existem muitos falsos negativos. Assim, o médico veterinário terá de usar todo o seu conhecimento para ligar os sintomas ao resultado dos exames para chegar às suas conclusões. Os testes de diagnóstico que existem são:


  • Teste Rápido: pode dar falsos positivos e falsos negativos

  • ELISA: Procura os anticorpos da leishmaniose, mas pode dar falsos negativos

  • Citologia ou biópsia da medula óssea/linfonodo: detecta o ADN do parasita


Prevenção


A melhor protecção é a prevenção, e podemos fazê-la combinando a desparasitação regular com vacinação anual para essa doença. Deve também evitar passeios nas horas e zonas de maior risco, e evitar que o seu cão durma no exterior durante o verão.


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Apesar de o diagnóstico ser difícil, a leishmaniose tem tratamento, que é crónico e para toda a vida. Com este tratamento, os animais ficam portadores da doença, mas podem também ter uma vida normal e longa, tal como todos os outros!